sexta-feira, 15 de abril de 2011

Celebração da Lua cheia de Áries

Saudações a todos hermanos e hermanas de caminhada!

Celebremos os ciclos do Universo através do encontro de amig@s. Na partilha e na graça de alimentos, danças e canções. Gratos pela abundância da Vida. Pela Manifestação do Todo, onde Tudo se revela e permanece resguardado. O tempo da iniciação. Áries inicia a nova etapa.

Sagrado o movimento do sonho, que fazemos e nos fizemos parte. A Nova Terra, a nova Humanidade, o novo ser nasce na Terra e Brota no céu. Homens, mulheres e crianças são convidados.

Salve a Harmonia da Mente e da Natureza
A Cultura Galáctica vem em paz

Viva a Mãe Terra e o Pai Céu!

O Que? Celebração da Lua Cheia de Áries
Vivências de ecologia, sensibilidade, arte e espiritualidade

Quando: Domingo, 17 de Abril de 2011

Hora: 16:00

Local: Sítio Bicho do Mato – Comunidade Ecopedagógica BR 101 KM 58,5 Guabiraba - Córrego dos Passarinhos, bifurcação a direita. Recife-PE.

Instruções: Ir até o km 57 da BR 101 sentido norte e fazer o retorno. Siga as placas OTL. Entre na placa OTL depois de 1,5 km do retorno e siga por uma estrada de terra. Apos passar uma construção vermelha e azul, siga a estrada sempre a direita e vá até o ultimo sitio com uma bandeira do arco-íris no portão de entrada. Bem vindo ao Sito Ecopedagógico Bicho do Mato. Se possível, busque carona solidária, venha de ônibus ou de bicicleta !

E o que trazer? Traga Canga ou esteira, instrumentos musicais, poemas e orações.

Pratique a abundância

Traga comidas naturais para compartilhar com tod@s.
Pode ser pão integral, frutas, bolos, tortas, biscoitos caseiros, verduras e legumes. Depois vai ter um pic-nic.

Gentileza não trazer produtos que contenham qualquer tipo de carne (boi, galinha, peixe, porco) ou industrializados (refrigerantes, enlatados ou produtos com aditivos químicos).

Celebremos a natureza por dentro e por fora!


segunda-feira, 14 de março de 2011

Siga a sua natureza.

"Esta é uma das mais belas declarações: 'Olhe para o seu coração. Siga a sua natureza'.
         Buda não está dizendo, siga as escrituras. Ele não está dizendo, siga-me. Ele não está dizendo, siga certas regras de conduta. Ele não está ensinando a você qualquer moralidade. Ele não está tentando criar um certo caráter em você, porque todo caráter é uma bela cela de uma prisão. Ele não está dando a você um certo caminho para viver. Ao invés disso, ele está lhe dando coragem para seguir a sua própria natureza. Ele quer que você seja corajoso o bastante para ouvir o seu próprio coração e seguir, de acordo com ele.
         'Siga a sua natureza' quer dizer: flua com você mesmo. Você é a escritura... e escondido lá no fundo de você ainda está uma pequena voz. Se você se tornar silencioso, você será guiado por ela.
          O Mestre tem apenas que tornar você consciente de seu Mestre interior. Aí a sua função estará completa. Aí ele poderá deixar você consigo mesmo, ele poderá mandar você de volta para você mesmo. A proposta de um Mestre não é escravizar um discípulo, a proposta de um Mestre é libertá-lo, é lhe dar total liberdade. E essa é a única possibilidade de se atingir a liberdade total: 'Siga a sua natureza'.
          Por 'natureza', Buda quer dizer Dhamma. Assim como é da natureza da água fluir para baixo e é da natureza do fogo se expandir para o alto, assim existe uma certa natureza escondida dentro de você. Se todos os condicionamentos que foram impostos a você pela sociedade forem removidos, de repente você irá descobrir a sua natureza.
          A sua natureza é tornar-se Deus. Ais Dhammo sanantano - essa é a lei eterna e inesgotável: sua natureza é tornar-se Deus.
          O homem é um Deus em potencial, um bodhisattva. O significado do homem é tornar-se Deus. Menos do que isso não irá satisfazer você, menos do que isso não terá utilidade. Você pode ter todo o dinheiro do mundo, todo o poder, todo o prestígio possível, e ainda assim você permanecerá vazio.A não ser que a sua natureza divina floresça, abra os seus botões, a não ser que você se torne um lótus, mil pétalas de lótus, a não ser que a sua divindade seja revelada a você, você nunca estará satisfeito.Ao homem religioso comum é dito para que permaneça satisfeito e contente, em qualquer que seja a situação. Os chamados santos religiosos seguem ensinando às pessoas: 'fique satisfeito'. A satisfação é um de seus ensinamentos fundamentais. Esse não é o caminho dos verdadeiros Mestres.
          O Mestre verdadeiro cria o descontentamento em você, um tal descontentamento que nada neste mundo poderá satisfazê-lo. Ele cria um tal anseio em você, que a não ser que você alcance o máximo, você irá permanecer sem fogo, sem chama. Ele cria dor em seu coração, ele cria angústia...porque a vida está escorregando a todo momento, e cada momento que se foi, se foi para sempre, e você ainda não alcançou Deus e mais um dia já se passou.
          Ele cria um tal anseio profundo em você, uma tal dor em seu coração! Ele cria lágrimas em seus olhos, porque somente através desse divino descontentamento, você irá se mover, você dará o salto quântico, o salto maior em direção ao desconhecido. Somente através desse divino descontentamento é que você reunirá todas as suas energias e se arriscará, indo até a aventura maior que é descobrir quem você é.
          Siga a sua própria natureza. A sua natureza é a consciência. Mas os padres disseram a você: siga certas regras de conduta, os Dez Mandamentos, siga certos princípios, não a sua natureza. Os padres têm muito medo da sua natureza, porque se você seguir a sua natureza você irá sair de seu controle, você não será mais um escravo. Você não irá mais às igrejas, aos templos e aos mosteiros, e você não irá mais ouvir seus estúpidos padres, políticos, os chamados líderes. Eu digo que eles são os 'chamados líderes' porque o que na verdade está acontecendo é que pessoas cegas estão guiando pessoas cegas.
          Se você ouvir à sua própria natureza, você não irá ouvi-los mais. Se você conhecer a sua própria voz interior, você se tornará livre. Então, a sua voz interior tem que ser esmagada, destruída, completamente destruída, ou pelo menos distorcida de tal maneira que mesmo se você ouvi-la, você não poderá entendê-la. E eles têm sido bem sucedidos. A não ser que você lute arduamente contra eles, não haverá possibilidade de sucesso. A exploração deles é tão velha, a opressão deles é tão antiga, as estratégias deles são tão espertas... e eles têm um poder infinito em suas mãos. E quem é você individualmente contra eles?
          Mas se você for para dentro, se você ouvir o seu coração, você irá alcançar um tal poder que nenhum poder na Terra poderá escravizá-lo de novo.
          Siga a sua natureza. Mas como seguir a sua natureza, se você não sabe o que ela é? E não lhe é permitido saber o que ela é! Você recebeu instruções precisas sobre o que fazer: o que comer, quando levantar-se de manhã, quando ir para a cama...Você recebeu instruções precisas. Aquelas instruções, se seguidas, fazem de você um escravo. Se não seguidas, fazem de você um criminoso. Se seguidas, você se torna um santo, mas um escravo. As pessoas irão adorá-lo, respeitá-lo, mas todo esse respeito é um entendimento mútuo: 'Se você seguir as nossas instruções, nós respeitaremos você. Se você não seguir, você irá para a prisão.'
          Ou você se tornará espiritualmente um escravo ou fisicamente um prisioneiro: essas são as duas alternativas que a sociedade dá a você. E isso nunca permite a você se tornar consciente de que existe dentro de você uma fonte de infinita orientação e direcionamento. E é de lá que Deus fala.
          Deus ainda fala, ele não parou de falar. Ele não é parcial. Não é que ele tenha falado a Maomé e a Moisés e que ele não fala a você. Ele está falando a você tanto quanto ele falou para Maomé. A única diferença é que Maomé estava pronto para ouvi-lo e você não está pronto para ouvi-lo. Maomé estava disponível e você não está disponível.
          Tornar-se disponível à sua própria natureza interior é o que eu chamo de meditação.
          Lembre-se dessas duas palavras. O caráter é uma invenção dos políticos e dos padres, é uma conspiração contra você. A consciência é a sua natureza. Sim, o homem de consciência tem um certo caráter, mas esse caráter segue a sua natureza. Não lhe foi imposto por alguém, esse caráter é a sua própria decisão. E ele não está preso a esse caráter, ele está totalmente livre para mudá-lo a qualquer momento. As circunstâncias mudam, a sua consciência lhe dá diferentes direções e ele muda o seu caráter.
          O homem de caráter, o 'chamado homem de caráter', está preso. Mesmo se as circunstâncias mudarem ele segue repetindo o mesmo caráter, mesmo que não seja mais relevante, mesmo que não seja mais adequado. O contexto no qual ele tinha um significado desapareceu, mas ele segue repetindo as mesmas tolices. Ele é como um papagaio. Ele é uma máquina: ele não responde, ele simplesmente reage.
          Um homem de consciência responde e suas respostas são espontâneas. Ele é como um espelho. Ele reflete tudo aquilo que se confronta com ele. E a partir dessa espontaneidade, a partir dessa consciência, um novo tipo de ação surge. Essa ação nunca cria qualquer escravidão, qualquer carma. Essa ação liberta você. Você alcança a liberdade se você ouvir a sua natureza.
          Mas esse simples conselho parece ser muito difícil para as pessoas. Ele deveria ser a coisa mais simples do mundo. Cada criança nasce seguindo sua natureza, mas na medida em que você cresce, pouco a pouco você vai perdendo o contato com ela. Você é forçado a perder o contato com ela. O contato pode ser recuperado, ele pode ser redescoberto. Anos mais tarde, quando você tiver se tornado uma pessoa culta, preso dentro de um certo caráter, completamente cego para com seu coração e sua natureza, você começa a formular muitas perguntas.
          Outro dia, o Prem Vijen perguntou: 'Osho, o que você quer dizer quando você diz Vá para dentro?'
          Uma declaração tão simples, 'Vá para dentro', e você me pergunta 'o que eu quero dizer com ela?' Você não consegue entender estas simples palavras, 'vá para dentro'? Eu sei que você conhece as palavras, mas ir para dentro tornou-se muito difícil porque você só aprendeu como ir para fora. Você só pode ir para fora, você só sabe como ir, se for para fora.A sua consciência está voltada para os outros, ela esqueceu o caminho para ela mesma. Você segue batendo na porta dos outros e sempre que é dito a você, 'vá para casa' você diz: ' Osho, o que você quer dizer com ir para casa?' Você só conhece as casas dos outros, você não conhece o seu próprio lar. E você está carregando esse lar dentro de você. Você foi forçado a ser extrovertido. Você tem que aprender de novo o caminho de ir para dentro.
          Soren Kierkegaard disse: 'Religião significa ir para dentro', ir para a sua própria interioridade. Mas as simples palavras 'ir para dentro' tornaram-se tão difíceis de entender. A mente conhece apenas como ir para fora, e nela não há qualquer marcha a ré....
          Eu estou ensinando a você aqui que a marcha a ré está aí, embutida, você apenas se esqueceu dela. Você sabe como ir para fora. Ninguém pergunta 'O que você quer dizer quando diz 'vá para fora'?'. Mas todo mundo quer perguntar 'O que você quer dizer quando diz 'vá para dentro'?'. Simples palavras!
          Pensar é ir para fora e não pensar é ir para dentro. Pense e você já começou a se mover para fora de si mesmo. O pensamento é a maneira de levar você para longe. O pensamento é um projeto. Não-pensamento... e de repente você está dentro. Sem pensamento você não pode ir para fora, sem desejo você não pode ir para fora. Você precisa do combustível do desejo e do veículo do pensamento para ir para fora.
          Sentando-se silenciosamente, nada fazendo... nem mesmo pensando, nem mesmo desejando... e onde você estará?
          Ir para dentro não é verdadeiramente ir para dentro. É simplesmente parar de ir para fora... e de repente você encontra a si mesmo dentro.
          Prem Vijen, você não precisa ir para dentro porque se você for, você irá sempre para fora. Ir significa ir para fora. Pare de ir! Pare de ir a qualquer lugar! Você consegue sentar-se silenciosamente sem ir a qualquer lugar? Sim, fisicamente você pode sentar-se, isso não é muito difícil. Você pode aprender uma postura de yoga e você pode fazer de seu corpo quase uma estátua, mas o problema é: o que você está fazendo do lado de dentro? Desejos, pensamentos, memórias, imaginação, todos os tipos de projetos? Pare com eles também.
          Como parar com eles? Simplesmente torne-se indiferente a eles, despreocupado. Mesmo que eles estejam ali, não dê atenção a eles. Mesmo que eles estejam ali, não lhes dê qualquer importância. Mesmo que eles estejam ali, deixe-os estar. Sente-se silenciosamente do lado de dentro, observando. Lembre-se dessa palavra: observando, testemunhando, simplesmente estando alerta.
          E na medida em que esse observar cresce, se torna mais profundo, a mesma energia que estava se tornando desejos, pensamentos, memórias e imaginação, essa mesma energia é absorvida em nova profundidade. A mesma energia é usada por esse aprofundamento interno. E você saberá o que quero dizer quando digo 'Vá para dentro'.
          Não comece a procurar nos dicionários ou na Enciclopédia Britânica. Não é uma questão de palavras. Palavras são simples para compreender. Quando eu digo 'Vá para dentro', é isso exatamente o que eu quero dizer: vá para dentro! Não comece a perguntar sobre as palavras. Escute a mensagem oculta, senão você irá perder o trem. O que eu quero dizer com 'perder o trem'?.........
          Se você se tornar muito interessado em palavras, 'O que quer dizer com ir para dentro? O que isso quer dizer...?' Verbalmente, lingüisticamente, Vijen, você vai perder o trem. Não desperdice tempo com palavras!
          E essa é particularmente uma nova espécie de doença que tem atingido os intelectuais do mundo. Pelo menos por cinqüenta anos, o mundo filosófico tem se tornado muitíssimo interessado em palavras e análises lingüísticas. Eles não perguntam mais o que é Deus. Eles não perguntam mais se Deus existe ou não. Os filósofos contemporâneos perguntam, 'O que quer dizer quando você usa a palavra Deus?' A questão não é se Deus existe ou não. A questão não é o que é Deus. A questão não é como se alcança Deus. Agora a questão tomou uma nova direção: 'O que você quer dizer quando você usa a palavra Deus?' O que você quer dizer quando você usa a palavra rosa? Essa questão é mais fácil. Você pode pegar o filósofo, forçá-lo a ir até o jardim e mostrar a ele a rosa. 'Isso é o que eu quero dizer quando eu uso a palavra rosa'. Mas isso não pode ser feito com a palavra Deus, isso não pode ser feito com a palavra meditação, isso não pode ser feito com as palavras 'vá para dentro'. Estes são fenômenos sutis. Não se torne um interessado em lingüística. Eu não estou aqui para ensinar análise lingüística a você.
          Toda a minha abordagem é existencial. Se você realmente quer saber o que significa ir para dentro, então vá para dentro! E o caminho é: observe os seus pensamentos e não se identifique com eles. Simplesmente permaneça um observador, completamente indiferente, nem contra nem a favor. Não julgue, porque qualquer julgamento traz identificação. Não diga, 'Estes pensamentos são errados' e não diga, 'Estes pensamentos são bons'. Não faça comentários sobre os pensamentos. Deixe que eles passem como se eles fossem apenas a passagem do tráfego e você está de pé ali ao lado da rodovia despreocupado, olhando o tráfego. Não interessa o que está passando, um ônibus, um caminhão ou uma bicicleta. Se você puder observar o processo de pensamentos de sua mente com tal despreocupação, com tal desapego, não estará longe o dia em que todo o tráfego desaparece... porque o tráfego somente pode existir se você seguir dando energia para ele. Se você parar de dar energia para ele... E isso é o observar: parar de dar energia para isso, parar a energia que se move dentro do tráfego. É a sua energia que faz aqueles pensamentos se moverem. Quando a sua energia não os está alimentando, eles começam a cair, eles não conseguem se manter em pé por si mesmos.
          E quando a rodovia da mente estiver completamente vazia, você está dentro. Isso é o que eu quero dizer, Vijen, quando eu digo 'Vá para dentro'. E isso é o que Buda quer dizer quando ele diz: 'Siga a sua natureza'."

                                        OSHO - The Book of the Books - Volume I - Discourse n. 3
                                                Palestras sobre O Dhammapada, de Gautama, o Buda
                                                  tradução: Sw.Bodhi Champak

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

S I L Ê N C I O


O silêncio não faz de um tolo um mestre.

Essa é uma estranha afirmação de um buda, porque o silêncio tem sido sempre muitíssimo louvado; mas Buda diz a verdade como ela é. Ele não se importa com a tradição.

Na Índia, o silêncio tem sido uma das qualidades mais louvadas, durante séculos. O monje jaina é chamado de
muni – muni quer dizer “o silencioso”. Todo o seu esforço é para ficar calado, cada vez mais calado. Mas Buda diz: “Mas não seja tolo, só o silêncio não vai adiantar”. Ele pode ajudá-lo a manter sua tolice para si mesmo, mas a tolice irá se acumulando e, mais cedo ou mais tarde, ela será excessiva. Ela acabará transbordando e é melhor deixá-la sair em pequenas doses todos os dias, em vez de acumulá-la e depois vê-la causar uma enchente.

 
É isso que também tenho observado. As pessoas que ficam caladas por muito tempo tornam-se muito burras, porque seu silêncio é somente na superfície. Lá no fundo, há agitação. Lá no fundo, elas são as mesmas pessoas, com ambição, ciúme, inveja, ódio, violência – inconscientes, com todas as espécies de desejos. Talvez agora elas sejam desejosas de outro mundo, ambicionem o outro mundo, pensado mais em paraíso do que neste mundo e na terra. Mas é a mesma coisa, projetada numa tela maior, projetada na eternidade. Na verdade, a ambição cresceu milhares de vezes. Primeiramente, era por pequenas coisas: dinheiro, poder, prestígio. Agora é por Deus, pelo samadhi, pelo nirvana. Ela ficou mais condensada e mais perigosa.

Então, o que é preciso fazer? Se o silêncio não pode fazer de um tolo um mestre, então o que pode fazer de uma pessoa um mestre? Consciência. E o milagre é que, se você se torna consciente, o silêncio te persegue como uma sombra.

Mas, nesse caso, o silêncio não é praticado – ele vem por conta própria. E, quando o silêncio vem por conta própria, ele tem uma tremenda beleza em si. Ele é vivo, ele tem uma canção no seu âmago mais profundo. Ele é amoroso, ele é bem-aventurado. Ele não é vazio; ao contrário: é plenitude. Você fica tão cheio, que pode abençoar o mundo todo e, ainda assim, sua fontes continuam inesgotáveis; você continua dando e não será capaz de esgotar a fonte. Mas isso acontece por meio da consciência. Essa é a verdadeira contribuição de Buda – sua ênfase na consciência. O silêncio se torna secundário, o silêncio se torna uma consequência. A pessoa não faz do silêncio a meta – a meta é a consciência.

Do Livro A descoberta do Buda – OSHO – pags. 94 e 95

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Bachianas n.5

Ária (Nuvem rósea)


Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente
cruza no espaço sonhadora e bela
Surge no infinito a lua docemente
enfeitando a tarde qual meiga donzela
que se apressa a linda sonhadora mente
em anseios d'alma para ficar bela
grita o céu, a terra, toda a natureza
cala a passarada aos seus tristes queixumes
e empresta ao mar toda a sua beleza
Suave a luz da lua desperta agora
a cruel saudade que ri e que chora
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente
cruza no espaço sonhadora e bela.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CONSPIRAÇÃO AQUARIANA



Na superfície da terra exatamente agora há guerra e violência e tudo parece negro.
Mas, simultaneamente, algo silencioso, calmo e oculto está acontecendo e certas pessoas estão sendo chamadas por uma luz mais elevada.
Uma revolução silenciosa está se instalando de dentro para fora. De baixo para cima.
É uma operação global.
Uma conspiração espiritual.
Há células dessa operação em cada nação do planeta.
Vocês não vão nos assistir na TV.
Nem ler sobre nós nos jornais.
Nem ouvir nossas palavras nos rádios.
Não buscamos a glória.
Não usamos uniformes.
Nós chegamos em diversas formas e tamanhos diferentes.
Temos costumes e cores diferentes.


A maioria trabalha anonimamente.
Silenciosamente trabalhamos fora de cena.
Em cada cultura do mundo.
Nas grandes e pequenas cidades, em suas montanhas e vales.
Nas fazendas, vilas, tribos e ilhas remotas.
Você talvez cruze conosco nas ruas.
E nem perceba…
Seguimos disfarçados.
Ficamos atrás da cena.


E não nos importamos com quem ganha os louros do resultado, e sim, que se realize o trabalho.
De vez em quando nos encontramos pelas ruas.
Trocamos olhares de reconhecimento e seguimos nosso caminho.
Durante o dia muitos se disfarçam em seus empregos normais.
Mas à noite, por atrás de nossas aparências, o verdadeiro trabalho se inicia.
Alguns nos chamam do Exército da Consciência.
Lentamente estamos construindo um novo mundo.
Com o poder de nossos corações e mentes.
Seguimos com alegria e paixão.
Nossas ordens nos chegam da Inteligência Espiritual.
Estamos jogando bombas suaves de amor sem que ninguém note; poemas, abraços, musicas, fotos, filmes, palavras carinhosas, meditações e preces, danças, ativismo social, sites, blogs, atos de bondade…


Expressamos-nos de uma forma única e pessoal.
Com nossos talentos e dons.
Sendo a mudança que queremos ver no mundo.
Essa é a força que move nossos corações.
Sabemos que essa é a única forma de conseguir realizar a transformação.
Sabemos que no silêncio e humildade temos o poder de todos os oceanos juntos.
Nosso trabalho é lento e meticuloso.
Como na formação das montanhas.
O amor será a religião do século 21.
Sem pré-requisitos de grau de educação.
Sem requisitar um conhecimento excepcional para sua compreensão.
Porque nasce da inteligência do coração.
Escondida pela eternidade no pulso evolucionário de todo ser humano.
Seja a mudança que quer ver acontecer no mundo.
Ninguém pode fazer esse trabalho por você.
Nós estamos recrutando.


Talvez você se junte a nós.
Ou talvez já tenha se unido.
Todos são bem-vindos.
A porta está aberta.


Autor desconhecido

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Por um voto consciente..

Infelizmente tenho ouvido muita gente dizer que é Marina, mas vai votar no Serra para a Dilma não entrar no primeiro turno.. o voto deve ser ético e consciente e coerente.. Levemos ao segundo turno a Marina, então..!
 Esse .. é o problema de muitos que preferem sempre ficar do lado dos que estão por cima.. em vez de juntar forças e fortaleçer os ideais .. mesmo que percamos a luta..  estaremos unidos em princípios, em valores.. e nessa união seremos fortes..

..o voto é seu e é um ato bem objetivo.. não tem explicações.. ou é ou não é..
Eu sou Marina..
:)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O amor e a arte do não fazer..

Existem coisas que só acontecem, que não podem ser feitas. O fazer diz respeito a coisas muito banais, mundanas. Você pode fazer alguma coisa para ganhar dinheiro; pode fazer alguma coisa para ser poderoso, pode fazer alguma coisa para ter prestígio; mas não pode fazer nada quando o assunto é amor, gratidão, silêncio.

É importante entender que o "fazer" significa o mundo, e o não fazer significa aquilo que está além deste mundo — onde as coisas
acontecem, onde só a maré o arrasta para a praia. Se você nadar, a coisa não acontece. Se você fizer algo, estará na verdade cooperando para que ela não aconteça; porque todo fazer é mundano.

Muito poucas pessoas chegam a conhecer o segredo do não fazer e a deixar que as coisas aconteçam. Se você almeja grandes coisas — coisas que estão além do pequeno alcance das mãos humanas, da mente humana, das capacidades humanas —, então você terá que aprender
a arte do não fazer. Eu a chamo de meditação.

É um problema, porque no momento em que se dá nome a ela, as pessoas
começam a se perguntar como "fazê-la". E você não pode dizer que elas estejam erradas, porque a própria palavra "meditação" cria a ideia de fazer. Elas têm o seu doutorado, têm milhões de outras coisas; quando ouvem a palavra "meditação", perguntam "Então me diga como fazer isso".

E a meditação significa basicamente o
início do não fazer, relaxar, seguir a maré — ser apenas uma folha na brisa, ou uma nuvem se movendo no céu.

Nunca pergunte a uma nuvem: "Para onde você está indo?".
Ela própria não sabe; ela não tem endereço, não tem destino. Se o vento mudar enquanto ela ia para o sul, ela começa a ir para o norte. A nuvem não diz ao vento: "Isso é absolutamente ilógico. Estávamos indo para o sul e agora estamos indo para o norte. Qual o sentido disso tudo?"

Não, ela simplesmente passa a ir para o norte, com tanta facilidade quanto ia para o sul. Para ela, sul, norte, leste, oeste, não faz nenhuma diferença. Apenas siga com o vento, sem nenhum desejo, sem nenhum objetivo, sem nenhum lugar para chegar; a nuvem só aprecia a jornada.
A meditação faz de você uma nuvem — de consciência. Não existe mais objetivo.

Nunca pergunte a quem medita: "Por que está meditando?", porque a resposta é irrelevante. A meditação é, ela própria, o objetivo e,
ao mesmo tempo, o caminho.

Lao-Tsé é uma das figuras mais importantes na história do não fazer. Se a história fosse escrita da maneira certa, então haveria dois tipos de história. A
história das pessoas que "fazem" inclui Gêngis Khan, Tamerlão, Nadir Xá, Alexandre, Napoleão Bonaparte, Ivan o Terrível, Joseph Stalin, Adolph Hitler, Benito Mussolini; estes são aqueles que pertencem ao mundo do fazer.

Deveria existir uma outra história, uma
história superior, verdadeira — da consciência humana, da evolução humana. Essa é a história de Lao-Tsé, de Chuang Tzu, de Lieh Tzu, de Buda Gautama, de Mahavira, de Bodhidharma; de um tipo totalmente diferente.

Lao-Tsé chegou à iluminação sentado sob uma árvore. Uma folha tinha acabado de cair; era outono e não havia pressa; a folha voava ao sabor do vento, devagar. Ele observou a folha. A folha foi caindo até chegar ao chão, e enquanto observava a folha caindo e pousando no chão, de algum modo ele também foi se aquietando. Desse momento em diante, ele se tornou um
não fazedor. O vento sopra naturalmente e a existência cuida dele.

Todo o ensinamento de Lao-Tsé se assemelhava ao do rio:
siga a corrente seja para onde ela for, não nade. Mas a mente sempre quer fazer alguma coisa, porque desse modo o crédito vai para o ego. Se você simplesmente seguir a maré, o crédito vai para a maré, não para você. Se você nadar, você pode ter um ego maior: "Eu consegui atravessar o canal da Mancha!"

Mas a existência o dá à luz, lhe dá a vida, lhe dá amor; lhe dá tudo o que é precioso, tudo o que não pode ser comprado com dinheiro. Só aqueles que estão prontos para
dar todo o crédito pela sua vida à existência percebem a beleza e as bênçãos do não fazer.

Não é uma questão de fazer. É uma questão de
ausentar-se como ego, de deixar as coisas acontecerem.
Entregue — essa palavra contém toda a experiência.

Existem pessoas que estão tentando amar, porque desde o início a mãe dizia ao filho: "Você tem que me amar, porque eu sou sua mãe". Agora ela está fazendo do amor o mesmo silogismo lógico — "porque eu sou sua mãe". Ela não está deixando que o amor
cresça por si só, ele tem que ser forçado.

O pai está dizendo: "Me ame, eu sou o seu pai". E a criança é tão indefesa que
tudo o que ela pode fazer é fingir. O que mais pode fazer? Ela pode sorrir, pode dar um beijo, e sabe que é tudo fingimento: ela não queria fazer aquilo, é tudo enganação. Não é espontâneo. Mas porque ele é o papai, ela é a mamãe, você é aquilo, você é aquilo outro... Eles estão estragando a mais preciosa experiência da vida.

Então as esposas dizem aos maridos: "Você
tem que me amar, eu sou a sua mulher". Estranho. Os maridos estão dizendo: "Você tem que me amar. Eu sou o seu marido, é um direito meu!"

O amor
não pode ser exigido. Se ele vier, seja grato; se não vier, espere. Mesmo que você esteja esperando que ele venha, não deve haver queixas, porque você não tem nenhum direito. O amor não é um direito de ninguém, não existe uma constituição que lhe confira o direito de viver o amor. Mas eles estão destruindo tudo, então as esposas vivem sorrindo e os maridos dando abraços.

Um dos mais famosos escritores dos Estados Unidos, Dale Carnegie, escreveu que todo marido deveria dizer à esposa pelo menos três vezes por dia: "Eu te amo, querida". Você está
ficando louco? Mas ele disse isso, e funciona; e muitas pessoas, milhões delas, estão colocando em prática o conselho de Dale.

"Quando for para casa, leve sorvete, flores, rosas, para mostrar que ama a sua mulher",
como se isso fosse algo que precisasse ser mostrado, provado materialmente, pragmaticamente, linguisticamente, verbalmente, vezes e vezes sem conta, para que não seja esquecido.

Se você não disser à sua esposa durante alguns dias que a ama, ela
contará quantos dias se passaram e se encherá de suspeita, achando que você deve estar dizendo isso para outra pessoa, pois a quota dela está diminuindo. O amor é uma quantidade. "Se ele não está mais trazendo sorvete para casa, deve estar levando para outro lugar, e isso é algo que não posso tolerar!"

Criamos uma sociedade que acredita somente no "fazer", enquanto a parte espiritual do nosso ser morre à míngua porque
precisa de algo que não se faz, mas acontece. Não que você dê um jeito de dizer: "Eu te amo"; você de repente se pega dizendo que ama. Você mesmo se surpreende ao ouvir o que diz. Não ensaiou na sua cabeça primeiro e depois repetiu, nada disso; é espontâneo.

E, na verdade, os momentos reais de amor são silenciosos. Quando você está realmente sentindo amor, esse mesmo sentimento cria à sua volta uma radiância que
diz tudo o que você não consegue dizer, que nunca pode ser dito.

Mas, em vez disso, nós damos um jeito em tudo, transformamos tudo num "fazer" e o resultado final é que aos poucos
a hipocrisia se torna uma característica nossa. Nós nos esquecemos completamente que se trata de hipocrisia.

E na mente, no ser de uma pessoa que é hipócrita, qualquer coisa do mundo do não fazer é impossível. Você pode continuar fazendo mais e mais; você se tornará
quase um robô.

Portanto, sempre que você passar, subitamente, por uma experiência de acontecer, encare-a como uma dádiva da existência e faça desse momento o arauto de um
novo estilo de vida.

Simplesmente reserve alguns momentos das 24 horas do dia, quando não estiver fazendo nada, simplesmente
deixe que a existência faça algo a você. E as janelas começarão a se abrir para você, janelas que o ligarão com o universal, o imortal.
Osho, em "A Essência do Amor: Como Amar com Consciência e Se Relacionar Sem Medo"